Tremor das Almas

 

 

Inesquecível momento...

ao me ver em teus olhos de esperança,

ouvir teus lábios em melodia profética,

sentir e ser o perfume doce que transpira

por todos os poros.

As tuas mãos acariciando o meu ego e emoção,

a tua língua a me percorrer em calafrios,

a tua boca em evolvendo, dando forma ao meu corpo.

 

 

O frenesi dos teus pelos íntimos, reduto sagrado, tocando os meus.

O orgasmo de nossos sentimentos em sintonia,

em convulsão física e orgânica.

as tuas pernas envolvendo-me

em malabarismos sensuais.

Os teus pés, fazendo-me cócegas eróticas,

os teus cabelos a deslizar pelo meu peito,

filigranas de ouro a me deliciar.

Plantação de trigo a fecundar o meu ventre,

o teu ventre a abrigar minhas fantasias pueris,

 

 

Os teus róseos seios, arquitetura dos deuses,

de sabor indizível a inebriar-me os sentidos.

A pinta de seus olhos, sábia pérola,

incrustada no verde-mar, sóbrio de segredos,

pequena mancha imaculada, personificada,

a te fazer única.

 

 

Os teus braços femininos, âncora e rede,

de meus desencontros, berço de meus acalantos.

O pescoço firme e esguio, nobre estrutura,

dos que olham a vida de frente.

 

 

As tuas costas, dorso robusto, praia de meus desejos,

porto de minhas tentações.

Simétricas montanhas de minas,

os teus contornos virgens e desejados.

A respiração ofegante,

o êxtase, a sofreguidão, os murmúrios,

os sussurros, o mel do amor,

o tremor das almas

o mínimo minuto de silêncio comum,

homenagem ao ritual.

O abrandamento, a calmaria,

o sorriso contido, angélico

dos mortais deuses da terra.

(In)felizes, sós e distantes.