Sinal dos tempos

 

Que tempos ruins estes,

de nebulosas definições,

de disfarçada liberdade,

promessas inúteis e rotineiras

 

Que tempos são estes,

do fala-e-desfala,

do cala-e-assente,

da utopia e acomodamento.

 

Oh! tempos marginais!

das viúvas do poder,

virgens, impuras,

entrevadas de ciúmes,

que não reagem,

não assumem.

 

Oh! tempos temporais

de sóis eclipsados,

da lua tardar, e mais;

das mentes ofuscadas,

de medo e sinceridade.

 

Oh! tempos dos tempos!

da escassez  de líderes

e mártires,

de traidores banais

e bobos da corte,

legião de bajuladores.

 

Que tempos ruins estes,

dos artificiais dilúvios da mentira

sobre a aridez da verdade,

secando esperança e fé.

 

Que tempos são estes ?