Durante a nossa vida temos vários professores, alguns nós os retemos para sempre na memória.
Do Colégio Agrícola de Rio Pomba:
Os professores : José Antônio Cardoso (Cardosinho), Aristóteles Otoni (Tote), Serjão, Domingos Roberti, Ubirajara Pinto de Deus, Mauro Marques, Pe. Geraldo Magela, Maria Marota, Dr. Wandir, Dr. Wilson, Paulo Bontempo, Brandão e Geraldo Cunha.
Em Guidoval:
Aurora do Sô Manduca, Nadir Cunto Simões, Ibsen Francisco de Sales,Joaquim de Freitas, Marta Vieira, Terezinha Pereira Siqueira e a Élvia Reis de Andrade a quem dedico o texto escrito a seguir.
Das boas recordações com que a vida nos presenteia, é na infância que, com certeza, abrigam-se a maioria delas. Nem poderia ser diferente. Não há prestações a pagar, reumatismo a combater, colesterol para controlar, os problemas normais dos adultos.
Na infância, o mundo é uma bola, de futebol, de gude. Gira e rodopia como uma pipa, um pião. A vida corre com exuberância como corria o Chopotó, com mandis, dourados, lambaris e bocarras; amadurece em jabuticabeiras ou laranjais ou nos pés de manga dos vizinhos, sujeitos a pequenos furtos, que não corrompem o caráter e não comprometem a dignidade.
É por esta época que conhecemos os primeiros amigos, muitos deles, preservados pelo resto de nossas vidas. Observamos, sem perceber, quem sabe; a primeira namorada, ou ainda, as futuras esposas de nossos amigos. Iniciamo-nos nas primeiras letras. Começamos a rabiscar, desenhar, registrar e dar forma ao nosso futuro.
Assim, quando vejo uma fotografia antiga, sirvo-me dela, como se fora uma máquina do tempo. Retorno, sem constrangimento, ao passado. Busco e rebusco os bons momentos. Reabasteço o meu poço de saudade.
Tudo isto me veio à mente, outro dia, ao receber de presente uma fotografia. Nela estão perfilados à porta da Igreja Matriz de SANTANA, alunos do Grupo Escolar Mariana de Paiva, com a inesquecível professora Élvia Reis de Andrade, a quem reverencio e rendo a minha gratidão eterna.
Fui identificando num canto e noutro, acima e abaixo, um amigo ou amiga. Reconheci e recordei-me de vários, muitos entretanto, refugiaram-se num canto remoto da memória e não consegui resgatá-los. A estes, de imediato, peço perdão, pela falha imperdoável.
Na fotografia, vi, vivi, revi e revivi os meus primeiros amigos, como o Roberto do Geraldo Didu. Hoje conceituado cirurgião dentista, ontem, amanhã e sempre, meu amigo, de papo, prosa e fé. Nossos saudosos pais foram amigos. Minha Thaís e o seu filho Leandro, dão continuidade a estes laços de respeito e admiração.
Fiz a minha prece ao saudoso José Oscar do Vicente Matos, o Zé Xereta; que nunca prejudicou ninguém com a sua bisbilhotice infantil. De tão bom, DEUS chamou-o mais cedo para a Sua companhia.
À minha lembrança, surgiu a Maria da Paz de Oliveira, da Várzea Alegre, tímida, quieta, dona de uma fulgurante inteligência.
Muitos dos meus amigos casaram-se com as meninas da turma. O Gonzaga do Isaías Geraldo com a Rosália do Paulo Ramos, o Elísio do Edson Andrade com a Fátima do Tuninho Estulano, o Sebastião da Padaria com a Heloísa do Eduardo Occhi, o Zé Ângelo Camargo da D. Mafisa com a Cleusa do Chiquito Oliveira.
Revejo a minha primeira namorada Diana , filha do meu amigo Adão Nogueira, um dos maiores contadores de "causos" de Guidoval. Hoje a Diana mora nos EUA, bem sucedida, casada, com filhos.
Do meio rural, lembrei-me do Jorge Gomes Pereira, extrovertido, falastrão, bem humorado; o Pedro Teodoro Pereira, baixinho, destemido, briguento; o Zé Luiz de Freitas Maciel, magrelo, tímido, educado e ainda o Getúlio do Sôtão, excelente em matemática; simpatizante do mesmo partido político, nossos pais eram do antigo PSD.
O convívio saudável estendeu-se além dos limites do grupo escolar, prolongando-se em peraltices e travessuras próprias da idade, nas ruas empoeiradas da cidade, nas águas "não poluídas" da Cachoeira e do Joca, nas gramas do Campo do Cruzeiro, Bambu (Vai-quem-quer), Jaburu (quintal do Pedro Vieira ). Localizo a turma de "peladas", Ângelo do Casin, Francisco do Zé Matias, Dé do Ferreirinha, o Jorge da D. Arlete, o Luiz Fernando do Sô Levindo Albino, o Nélio do Sô Gil Queiroga, este o melhor de bola da turma.
Avisto, a um canto da fotografia, o Paulinho do Benjamin que acertou-me, sem aviso prévio, um soco no olho esquerdo, deixando-o roxo e vendo estrelas. O tempo retirou a mancha, a nódoa, o ressentimento. Somos bons amigos, atualmente.
Na parte de baixo da foto, reconheço a Vera Lúcia do Paulo Queiroz, loira, bela e inteligente. A família mudou-se para Ubá e nunca mais a vi. Relembro que, num 13 de maio, interpretei um escravo, ela a Princesa Isabel. No meio da foto, vejo a Maria Inês do Wallace Azevedo. Continua tão bonita quanto em criança.
Destacam-se na fotografia e me pergunto onde andam a Isaura Maciel, filha do Ninísio (Leão) Maciel; a Rita de Cássia do Neném Barros; a Rita de Cássia do Nely e Sazina; a Maria do Carmo do Zuzu Matos ?
Distingo a Sandra, sempre sorridente. Fui o seu par numa festa junina. Ela faceira, bonita e alegre, não me tolerou como desengonçado parceiro. Sempre fui um péssimo dançarino. Tentando me motivar, insistia em dizer-me : Dança Dé ! Dança Dé ! Esta frase depois virou um bordão, sempre repetido por seu pai, quando me encontrava; o saudoso Oswaldo Occhi, também um grande amigo de meu pai.
Para concluir, renovo e reforço aos amigos e colegas que não foram mencionados, as minhas desculpas e solicito humildemente a absolvição.
Aproveito para expressar um desejo de nossa querida mestra ÉLVIA, que é REENCONTRAR e FESTEJAR um dia com os seus primeiros alunos. Aguardo manifestações.
Escrito por Dé do Zizinho do Marcílio
Além dos amigos já citados no texto acima, tive a honra e o privilégio de estudar no Grupo Escolar com Ângela Maria de Oliveira,