Colibri e arco-íris

 

Estava ali, eu, a flor, a brisa,

não distante um colibri.

sendo noite, desfrutava

o céu de lua e estrelas,

um arco-íris sedutor.

O leitor sempre atento dirá :

Nunca vi à noite

colibri  e arco-íris.

Que me importa,

queria só fazer poesia.

Na verdade há um mendigo,

sob as marquises do cotidiano,

à cata de um jornal velho. Lêem-se :

-         Manchetes desbotadas -

Que acobertam o frio,

que não distingue

classes sociais.

Ah! esta imoral miopia,

asmática, raquítica,

que mistura

sentimentos utópicos

à realidade impiedosa.